Uma vez consolidados os planos de emergência individuais (das empresas), ou mesmo os Planos de Contingência nos seus diferentes níveis (local, regional, nacional), os exercícios simulados são fundamentais para valida-los e para o treinamento e preparação dos elementos participantes. Por isso mesmo, os simulados são itens obrigatórios nos capítulos referentes a treinamento e preparação dos planos de emergência/contingência.

Segundo IPIECA (1996), um programa de exercícios simulados precisa preparar progressivamente as equipes de resposta para que desempenhem efetivamente suas funções de acordo com todas as situações preconizadas no plano de contingência. Logicamente, o principal teste da eficiência destes planos é a sua aplicação em situação real.

Dentro deste contexto, é adequado reproduzir aqui os princípios norteadores para o planejamento dos exercícios simulados, bem como as considerações mais importantes apresentadas em IPIECA (op cit.):

Princípios norteadores para a realização de exercícios simulados:

  • Garanta que o manejo / gerenciamento em todos os níveis (topdown) suporte as atividades do exercício
  • Estabeleça objetivos claros, realísticos e mensuráveis para o exercício;
  • A meta do exercício é melhorar, não impressionar;
  • Exercícios mais simples, e mais freqüentes, levam inicialmente a melhoras mais rápidas;
  • Não enfrente exercícios complexos sem pessoal experiente e competente;
  • Muitas atividades, locações e participantes podem complicar ou mesmo desestruturar um exercício;
  • Sucesso na avaliação é tão importante quanto o sucesso na condução do simulado;
  • Planejamento e condução de um exercício bem sucedido devem ser reconhecidos como uma significativa realização.

Consideramos a existência de quatro categorias básicas de exercícios:

  • Exercícios de notificação
    • Pratica-se os procedimentos de alerta e acionamento predefinidos no Plano de Emergência. Pode testar o sistema de comunicação, o tempo de resposta, a eficiência no repasse de informação, a disponibilidade dos coordenadores e responsáveis, bem como dos substitutos (back-up personal). Avalia também os procedimentos de levantamento preliminar de informações, planilhas e questionários. Pode ser conduzido em qualquer dia ou hora, programado ou não.
  • Exercícios tabletop
    • Exercícios com base teórica, envolvendo discussões sobre diferentes cenários possíveis ou previstos nos estudos de análise de risco. Neste importante exercício, após o informe do acidente, é desencadeado o fluxograma de acionamento, e todas as etapas do exercício de notificação. São também conduzidas as orientações das ações de resposta, liberação de recursos, frentes de trabalho, estabelecimentos de prioridades. Todos os focos do plano de contingência são abordados.
  • Exercício de uso de equipamentos
    • Nestes simulados, ocorre o treinamento prático das operações de resposta, nas fases de contenção e remoção em mar, bem como proteção e limpeza da costa. É fundamental para o pessoal operacional estar familiarizado e bem treinado para o lançamento de equipamentos e manejo dos mesmos durante a emergência.
  • Manejo de acidentes
    • Este é um exercício mais completo e complexo, envolvendo todas as atividades de um evento real, previstas no plano de contingência. Nesta fase, os simulados realmente testam a habilidade do grupo de resposta em atender adequadamente uma emergência. Envolve complexa estrutura, inclusive com a participação de terceiros (meio ambiente, prefeituras, etc), todos assumindo suas responsabilidades pré-definidas no plano.