Síntese dos principais acidentes atendidos pela CETESB
Serão apresentados a seguir, relatos sintetizados de algumas das principais ocorrências atendidas pelo Setor de Emergência da CETESB. As operações Bertioga, TEBAR III, TEBAR IV, TEBAR V e TEBAR VI, já constam dos arquivos da página de Derrames de Óleo no Mar.

Acidentes no Estado de São Paulo

  • Operação Billings II
    • Data: 20/10/1983
    • Local: S.B. do Campo
    • Produto: Gasolina
    • Volume: 200 m³
    • Causa: Corrosão
    • Síntese: O duto de interligação da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão (RPBC) ao Terminal de Utinga, da PETROBRAS, em São Caetano do Sul, rompeu por corrosão, causando o vazamento de gasolina, nas proximidades da Represa Billings, contaminando este importante manancial. Em agosto de 1982, a represa também foi afetada por uma vazamento de óleo combustível, causado também por corrosão em oleoduto, mas o volume não foi estimado.
  • Operação Vila Socó
    • Data: 25/02/1984
    • Local: Cubatão
    • Produto: Gasolina
    • Volume: 1.200 m³
    • Causa: Corrosão
    • Síntese: Uma das linhas que interliga a Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, ao Porto de Alemoa, em Santos, rompeu devido à uma corrosão associado à falha operacional, houve o vazamento de gasolina. Esta tubulação se encontrava em região alagadiça de manguezal, onde estavam assentadas várias famílias em construções do tipo palafitas. A liberação de um produto inflamável se espalhou com a movimentação das marés e houve ignição seguido de incêndio de grandes proporções, causando a morte de 38 pessoas e 53 vítimas além de cerca de quinhentos desabrigados, pânico na comunidade da própria cidade, nas cidades vizinhas e interdição da Rodovia Anchieta, situada paralelamente à linha do duto e contaminação de extensa área de manguezal.
  • Operação Guararema III
    • Data: 02/09/1987
    • Local: Guararema
    • Produto: Óleo combustível
    • Volume: 200 m³
    • Causa: Ação de terceiros
    • Síntese: Uma máquina de terraplanagem bateu no “vent” do oleoduto do Sistema Guararema – REVAP (Refinaria do Vale do Paraíba), da PETROBRAS, causando o rompimento do duto e o vazamento do produto para o Rio Paraíba do Sul.
  • Operação 303/98
    • Data: 12/10/1998
    • Local: S. J. dos Campos
    • Produto: Óleo combustível
    • Volume: 1.000 m³
    • Causa: Corrosão
    • Síntese: O oleoduto do Sistema OSVAT rompeu por corrosão, no interior das instalações da Refinaria do Vale do Paraíba (REVAP), causando um grande vazamento de óleo que atingiu áreas alagadas (wetlands) como charcos e brejos, lagoa e o córrego Lambari, gerando um grave impacto ambiental. Este acidente foi uma reincidência. Em 1994, a mesma linha gerou o vazamento de 1.200 m³ do mesmo produto, também por corrosão, afetando as mesmas áreas sensíveis.
  • Operação 345/98
    • Data: ———-
    • Local: São Paulo
    • Produto: Gás Natural
    • Volume: Não estimada
    • Causa: Não apurada
    • Síntese: Em função do vazamento em um dos gasodutos da COMGAS, houve liberação do produto, o qual se infiltrou no solo e cujos vapores passaram para o interior de uma residência, mais precisamente nas instalações do banheiro. A seguir houve uma explosão causando ferimentos e queimaduras de primeiro grau no morador.
  • Operação 035/00 – Serra do Mar
    • Data: 28/02/2000
    • Local: Cubatão
    • Produto: Óleo combustível
    • Volume: 500 litros
    • Causa: Corrosão
    • Síntese: O oleoduto do Sistema OSSP, da PETROBRAS, localizado nas encostas da Serra do Mar, próximo à Via Anchieta, procedente da Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão, sentido ao planalto, rompeu em função de um pequeno ponto de corrosão. Devido à forte pressão com que o produto era bombeado, o jato de óleo atingiu área significativa de vegetação da Mata Atlântica e todos os esforços de combate foram dimensionados no intuito de conter rapidamente o vazamento, evitando que mais áreas fossem atingidas, trabalho este muito dificultado pela grande inclinação do terreno.
  • Operação Barueri/Tamboré
    • Data: 30/05/2001
    • Local: Barueri
    • Produto: Óleo combustível
    • Volume: 200 m³
    • Causa: Corrosão
    • Síntese: O oleoduto do Sistema OPASA, procedente da Base de Barueri, da PETROBRAS, sentido capital – interior, rompeu no interior de um condomínio de luxo, na região de Tamboré, prejudicando residências, atingindo ruas, galerias de águas pluviais e um córrego afluente do Rio Tietê. O condomínio precisou ser parcialmente interditado para as atividades de limpeza e moradores foram removidos. Uma ave, uma rolinha, morreu após ter caído em uma poça de óleo.
  • Operação Barueri/GLP
    • Data: 15/06/2001
    • Local: Barueri
    • Produto: Gás liqefeito de petróleo
    • Volume: 259 m³
    • Causa: Ação de terceiros
    • Síntese: Durante as obras de construção do complexo rodoviário Rodoanel Mário Covas, junto à Rodovia Castelo Branco, próximo ao km 20, um “bate-estacas” perfurou o gasoduto do Sistema OBATI da PETROBRAS, causando a liberação do produto em grande quantidade, o qual rapidamente se dispersou pelas imediações. Como consequência, foi necessário proceder a evacuação de duas mil pessoas, residentes nas proximidades, devido ao alto teor de explosividade presente no local.
  • Operação 182/02
    • Data: 13/05/2002
    • Local: São Paulo
    • Produto: Gás Natural
    • Volume: 259 m³
    • Causa: Ação de terceiros
    • Síntese: A colisão de um caminhão no sistema de válvulas aéreas do gasoduto da COMGAS, durante manobras na Av. Vital Brasil, Butantã, São Paulo, acarretou vazamento de aproximadamente 182 m³ de gás natural. O Corpo de Bombeiros esteve presente no local que ficou interditado até finalização dos reparos. A CETESB realizou monitoramento da área afetada.
  • Operação OSBAT – Guaecá
    • Data: 18/02/2004
    • Local: São Sebastião
    • Produto: Petróleo
    • Volume: Não Estimado
    • Causa: Corrosão
    • Síntese:Na manhã do dia 18 de fevereiro de 2004 foi constatado afloramento de petróleo e contaminação do rio Guaecá na região da Praia de Guaecá, em São Sebastião. A PETROBRAS/TRANSPETRO identificou a causa do vazamento como sendo uma fenda longitudinal no oleoduto OSBAT 24´´, km 3 + 143m, quota 219 m. O vazamento ocorreu dentro de Unidade de Conservação (área do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo São Sebastião), atingindo o rio Guaecá, corpo d’água classe 1, afetando severamente a biota aquática e associada ao mesmo. Foram atingidos também a praia de Guaecá e outros ambientes como a Mata Atlântica / mata ciliar (área de preservação permanente), indiretamente afetados pelas ações de emergência e remediação implantadas. A operação de emergência envolveu mais de 600 pessoas e intensa logística. O evento teve intensa repercussão na mídia, estimulada ainda pela proximidade do carnaval. Houve impacto sócio econômico no turismo local e nas atividades de subsistência (comércio informal) da praia de Guaecá.– Download do Relatóro de AtendimentoVazamento da Baía de Guanabara
      Apesar da CETESB não ter tido uma participação direta nas ações emergenciais desta operação, o vazamento de óleo ocorrido em janeiro de 2000, na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, merece ser brevemente comentado pela sua importância no contexto nacional.O oleoduto procedente da Refinaria Duque de Caxias, sentido Terminal da Ilha d’Água, rompeu devido à corrosão, no interior do manguezal, liberando 1.300 m³ do produto. Os operadores demoraram muito tempo para paralisar o bombeamento e indentificar o local do vazamento. Enquanto isso, as manchas de óleo formadas, espalharam-se pela Baía de Guanabara, no sentido horário, por ação da maré enchente. Como resultado, foram impactadas extensas áreas de praias, costões rochosos, manguezais, ilhas, obra do patrimônio histórico (porto de Visconde de Mauá), pontos turísticos (como a Ilha de Paquetá), materiais de pesca (redes, cercos, embarcações, remos, etc) e também morreram dezenas de aves aquáticas.

      Técnicos da CETESB e da USP foram nomeados pelo Ministério Público Federal na função de peritagem. Assim, foram investigadas as causas e conseqüências tanto do vazamento em si como das ações de combate. O estudo elaborado concluiu que a degradação do ecossistema de manguezal, onde estava assentado o duto influenciou o descobrimento da tubulação expondo à corrosão e ao “serpenteamento”, gerando o seu rompimento. A grande dimensão dos danos ambientais poderia ter sido minimizada, caso o bombeamento tivesse sido rapidamente interrompido e prontamente contido. A pressão exercida pela mídia e por várias organizações governamentais e não governamentais, influenciou negativamente os processos de limpeza das áreas afetadas, agravando o impacto já provocado pelo próprio óleo e gerando uma quantia de resíduos oleosos muito grande.

      No entanto, depois desta ocorrência, mudanças significativas ocorreram na PETROBRAS. Esta companhia tem investido uma grande soma em equipamentos de prevenção e combate aos vazamentos de petróleo e derivados, bem como no treinamentos de seus funcionários, no sentido de evitar que acontecimentos semelhantes voltem a ocorrer.