Vulnerabilidade é um conceito que abrange vários fatores como a sensibilidade das espécies presentes, o tempo de residência do óleo no ambiente, a susceptibilidade ou chance do ambiente ser atingido o que está relacionado com a proximidade a fontes de poluição e a condições meteorológicas e oceanográficas, a capacidade de recuperação das populações atingidas e a possibilidade de aplicação de técnicas de limpeza nesse caso considerando as características do próprio ambientes, dificuldade de acesso, etc.

A vulnerabilidade dos ecossistemas costeiros é muito variável, uma vez que tanto os fatores determinantes do grau de impacto, quanto as possíveis respostas da comunidade podem diferir consideravelmente, dependendo do tipo de ambiente.

Vários autores têm proposto diferentes classificações dos ecossistemas costeiros segundo sua vulnerabilidade ao óleo. Essa classificação deve se basear no conhecimento das características físicas e biológicas do ambiente, como hidrodinamismo, declive e tipo do substrato e a sensibilidade da biota associada. (1) e (2)

Os índices de classificação dos ambientes costeiros atualmente utilizados baseiam-se na classificação da vulnerabilidade proposta por GUNDLACH & HAYES, 1978. (3)

Esta classificação categoriza os ambientes numa escala crescente, ou seja, quanto maior o índice mais vulnerável o ambiente. Entretanto, não há proporcionalidade entre as diferentes classes; não se pode, através dessa classificação considerar um manguezal dez vezes mais vulnerável que um costão rochoso exposto. A escala é relativa e não absoluta, sendo portanto aplicável em termos comparativos.

Deve-se considerar, entretanto, que a riqueza biológica das praias de areia fina é maior que em praias de areia grossa e cascalho. Embora a penetração do óleo seja menor, ainda assim afeta uma grande fração ou a maior parte da comunidade, uma vez que a maioria dos organismos vivem nos primeiros centímetros do substrato. Praias de areia fina geralmente exibem menor hidrodinâmica e consequentemente a permanência do óleo pode se acentuar. Por essas razões a CETESB considera as praias de areia fina mais vulneráveis que praias de areia grossa e de cascalho.

Em geral, os índices de vulnerabilidade propostos são de caráter geral, não fornecendo características específicas de um local, de forma que muitas vezes torna-se necessária sua adequação, através de inserção ou substituição de algum(uns) ambiente (s) para que o índice indique a realidade ambiental de determinada área.

Considerando o exposto acima, a CETESB propôs uma adequação do índice elaborado por Gundlach & Hayes (1978) a fim de inserir alguns ambientes comuns da costa brasileira e que são muito susceptíveis de serem atingidos por derrames de óleo. Além disso reorganiza a classificação proposta das praias arenosas com base na sensibilidade biológica das mesmas ao óleo. (4)

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